Desde o nosso nascimento, somos orientados a cumprir um código comportamental que, de regra, é repassado pela família, pela escola e pelos meios de socialização que participamos, para uma convivência harmônica na sociedade, nas mais diferentes situações. Assim, crescemos sendo observados, avaliados, analisados e criticados. Viver em sociedade é ter a vida em constante escrutínio.
Ser constantemente avaliado pode trazer medos e frustações. Contudo, a superação dos medos e frustrações faz parte do desenvolvimento e do amadurecimento do ser humano, e essa superação independente da formação ou do conhecimento de cada um. Para superação, por exemplo, do medo de expressar opiniões em público, é importante valorizar mais as nossas convicções do que as opiniões dos outros sobre nós. A opinião dos outros a nosso respeito não pode ser mais forte e importante do que nossa coragem de expressar nossos pensamentos e de sermos quem somos.
A liberdade de pensamento é um direito fundamental previsto na Constituição Federal, ela dá a garantia à pessoa de pensar e refletir sobre o assunto que quiser a ter a opinião que bem entender. A liberdade de pensamento é irrestrita, o que não ocorre com a liberdade de expressão, que possui limites legais, morais e éticos. No entanto, não devemos ter medo de falar o que pensamos e de expressar entendimentos, posicionamentos, opiniões, pois eles refletem um juízo de valor, o que cada um sente, pensa e acredita, mesmo que seja a mais absurda possível, desde que não tenha qualquer intenção negativa.
Contudo, em face da globalização, da rapidez com que circulam as notícias, da proliferação dos mais variados meios de comunicação, da falta de privacidade da vida moderna e respeito à opinião alheia, temos que estar preparados para os reflexos que ela pode provocar. Basta observarmos o que ocorre no Facebook, uma pessoa dá a sua opinião sobre qualquer assunto e imediatamente recebe ofensas pessoais, quando não é ameaçada de morte. Toda a opinião é lícita, desde que não esteja carregada de sentimentos raivosos e que não incite o ódio e a violência, mas isso pode valer para nós, mas nem sempre para quem recebe nossa opinião, por isso está cada vez mais difícil para as pessoas expressarem o que pensam, pois é cada vez mais raro o respeito à opinião alheia.
Mas é preciso ter coragem de sermos quem somos! A coragem nasce no momento em que a opinião do outro tiver menos importância do que a nossa. Claro que a opinião alheia é importante para o crescimento, mas ela tem que ter limites e isto exige estarmos sempre alertas para não nos deixarmos subjugar.
Também é preciso criar barreiras contra opiniões que ofendem, agridem e são maldosas, tanto de nossa parte quanto vindas de terceiros. Quanto mais afastados estivermos de opiniões pejorativas e ofensivas, mais seguros e confiantes ficaremos.
Temos que deixar de querer agradar a todos, pois ninguém é unânime, sempre haverá os que gostam e os que desgostam de nossas palavras. Por outro lado, é preciso ter coragem, também, de escutar o outro e deixar o outro ser quem ele é. É preciso conviver com o diferente e respeitá-lo. É preciso desenvolver a tolerância. Contudo, importe-se apenas com os que, mesmo criticando, contribuem para o seu crescimento e tenha, sempre, a coragem de ser quem você realmente é, mesmo que isso implique em ser diferente.